Inteligência emocional na escola: como e por que implementar?

Os benefícios de se trabalhar a inteligência emocional na escola são muitos. Tanto para os alunos quanto para todos os envolvidos com o seu aprendizado. Conheça alguns deles!

A psicologia infantil já comprovou: crianças capazes de regular suas emoções tendem a prestar mais atenção, colocar mais esforço na tarefa, ter níveis menores de estresse e também tendem a conseguir mediar conflitos.

Quando falamos em regular emoções, estamos falando essencialmente de Inteligência emocional – um conceito relacionado com a chamada “inteligência social”, presente na psicologia e criado pelo psicólogo americano Daniel Goleman.

Para ele, um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas emoções com mais facilidade. Além de canalizar emoções para situações adequadas, controlar impulsos, praticar a gratidão e motivar as pessoas.

Mas você pode se perguntar: como se trabalha a inteligência emocional em uma criança que ainda está em processo de tomar conhecimento do mundo ao seu redor? Se mesmo os adultos têm alguma dificuldade em aprender a reconhecer suas emoções, como as crianças, ainda tão novas, poderiam fazê-lo?

Para compor o presente artigo, fomos buscar respostas para essas e outras perguntas a respeito deste tema.

Você vai se surpreender com a simplicidade e com os benefícios de trabalhar a inteligência emocional na escola, tanto para os alunos quanto para todos os envolvidos com o seu aprendizado.

Se tiver dúvidas e sugestões, não deixe de escrevê-las nos comentários. Boa leitura!

O que é inteligência emocional?

Daniel Goleman, estudioso responsável por popularizar o conceito de Inteligência Emocional em todo o mundo por meio do seu livro Inteligência Emocional, publicado em 1986, define seu objeto de estudo como “a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos”.

Para ele, inteligência emocional pode ser dividida em 5 habilidades:

  • Autoconhecimento emocional: É a capacidade de reconhecer as próprias emoções e sentimentos. As pessoas com esta habilidade são melhores “pilotos” das suas vidas.
  • Controle emocional: É a habilidade de lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida. Por exemplo: se estamos tristes, podemos escolher pensar de maneira otimista, da mesma forma que um passeio pode nos acalmar quando estamos com raiva.
  • Automotivação: É a capacidade de dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal. Se nos deixarmos levar pela ansiedade e pelos aborrecimentos, dificilmente conseguiremos nos concentrar na tarefa que estamos realizando.
  • Reconhecimento das emoções em outras pessoas: Diz respeito à habilidade de reconhecer as emoções no outro e ter empatia de sentimentos. Empatia é outra habilidade que constrói o autoconhecimento emocional.
  • Relacionamentos interpessoais: É a habilidade de interação com outros indivíduos, utilizando competências sociais. O relacionamento é, em grande parte, a habilidade de gerir sentimentos de outros.

O autor conclui que um indivíduo que consegue controlar suas emoções também consegue desenvolver melhor sua inteligência. E não existe uma carga genética que definiria vitoriosos e fracassados no “jogo da vida”.

Além disso, embora existam pontos que determinam o temperamento, muitos dos circuitos cerebrais da mente humana são maleáveis e podem, sim, ser trabalhados.

Como desenvolver a inteligência emocional das crianças?

Foi observando pessoas em posições de liderança que admirava no seu trabalho que Tonia Casarin, consultora em educação e escritora do livro “Tenho Monstros na Barriga”, que ajuda às crianças a aprenderem a identificar as próprias emoções, decidiu se aprofundar no tema inteligência emocional.

Ela notou que tais pessoas reuniam competências que o mercado não ensinava. Competências essas que passavam por habilidades de comunicação, trabalho em equipe, e entendimento sobre o outro.

Me questionei sobre o motivo pelo qual aquilo que a gente mais precisa para o mercado, ninguém nos ensina desde pequenos, na escola?”, conta Tonia com exclusividade para Barcelona Superfícies.

Depois de pesquisar, ela descobriu uma área de estudo com ênfase no desenvolvimento das competências socioemocionais, e que estas têm impacto ao longo da vida de todos os indivíduos.

Tonia, então, focou no desenvolvimento dessas competências entre as crianças, que ainda estão aprendendo a lidar com o controle de suas emoções.

A inteligência emocional só pode ser desenvolvida entre as crianças que já conseguem se comunicar?

Engana-se quem pensa dessa forma! Tonia explica que dos 0 aos 6 anos, as crianças fazem de 700 a mil conexões neurais por segundo – a chamada de Janela de Oportunidade de Desenvolvimento, que existe desde que a criança está na barriga da mãe.

Neste período, uma das maneiras de ser incentivar a inteligência emocional da criança é estimulando o reconhecimento das emoções.

Os adultos podem experimentar usar expressões faciais mais intensas. A criança lê não só o que está escrito, mas também a nossa face. Até mesmo crianças de 1 ano conseguem ler o que você está sentindo, então um bom exercício é exagerar nas expressões faciais e falar ao mesmo tempo para que ela possa ir conectando as emoções.”

Outro exercício com as crianças sugerido pela especialista é ajudá-las a nomearem suas próprias emoções. Isso se faz em 2 etapas:

  1. Acolhendo a emoção: é o momento de aceitar que a gente sente, e não reprimir nenhum tipo de sentimento ou emoção da crianças
  2. Nomear a emoção: converse com a criança sobre os sentimentos que ela está experimentando. Pergunte: você está triste? Sim, eu entendo como é isso. Nomear tira a intensidade daquela emoção, e mais do que isso, ajuda a criança a construir um vocabulário para que, das próximas vezes, ela possa expressar melhor o que está sentindo.

A escritora ainda sugere outras formas de fazer as crianças lidarem com as emoções desde pequenas, e assim, trabalharem a inteligência emocional:

  • Incentivando as crianças a fazerem perguntas
  • Contar histórias (LINK PARA NOVO POST) e perguntar a elas: “Como você acha que a personagem se sentiu? Se fosse você, como se sentiria?”
  • Mudar o tom de voz ou a cara e pedir para a criança dizer que emoção é aquela
  • Dar à criança um espelho e pedir a ela fazer as expressões no espelho ou desenhá-las.

Conclusão

Ainda existem dificuldades de implementação das competências de inteligência emocional nas escolas brasileiras. Seja por falta de tempo dentro da rotina escolar, ou mesmo desconhecimento sobre esta temática tão nova. Porém, as instituições de ensino vêm, aos poucos, tentando abrir espaço para o desenvolvimento desta área.

Pesquisas têm demonstrado que há redução de casos de bullying em ambientes em que se trabalham essas competências. Além disso, elas trazem uma visão de educação integral. Os aspectos cognitivos do aprendizado escolar também apresentam melhoras visíveis, já que os alunos passam a lidar melhor com frustrações ou dificuldades de aprendizagem.

E você? Já trabalha a inteligência emocional dos seus alunos em sua escola? Compartilhe conosco sua experiência ou suas dúvidas acerca do tema!

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