De tempos em tempos, episódios de violência nas escolas de todo o mundo aparece em destaque na mídia, levantando calorosos debates acerca da dúvida: de quem é a culpa?
Nesses momentos, especialistas são convidados a se manifestar sobre a presença de policiais nos colégios, o fechamento de instituições devido a toques de recolher, agressões e assassinatos envolvendo alunos e professores, prática de bullying, etc.
Aqui no Brasil, a situação parece ser ainda mais preocupante: uma pesquisa global feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio, que contempla alunos de 11 a 16 anos, colocou o Brasil no topo de um ranking de violência nas escolas. Este levantamento considerou dados de 2013 e é o mais importante do tipo.
Diante deste triste quadro, caberia aos gestores trazer este tema para suas salas de aula? É possível entender as causas da violência nas escolas e, assim, evitar o pior antes que ele de fato aconteça?
A seguir, você confere algumas importantes opiniões sobre o assunto, assim poderá ter algumas sugestões de como trabalhar com um tema controverso e tão presente em nossas vidas, oportunizando momentos de reflexão entre os alunos, e auxiliando na transformação social.
Caso queira compartilhar o seu ponto de vista sobre o assunto, coloque abaixo nos comentários. Boa leitura!
Atualmente, a violência e as violações dos direitos humanos no Brasil, sobretudo as que ameaçam a vida e a integridade física do indivíduo, figuram entre as grandes preocupações das populações que vivem nas grandes cidades.
Nesse grave contexto, a violência escolar tem se expressado de muitas maneiras, incorporando-se à rotina das instituições de ensino e assumindo proporções preocupantes.
Os números alarmantes mostram que toda essa preocupação é justa: de acordo com o Diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas, feito pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais em parceria com o Ministério da Educação, 69,7% dos jovens afirmam terem visto algum tipo de agressão dentro da escola.
Em 65% dos casos, a violência parte dos próprios alunos; em 15,2%, dos professores; em 10,6%, de pessoas de fora da escola; em 5,9%, de funcionários; e, em 3,3%, de diretores.
Outro dado digno de atenção foi um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) em 2015 acerca do convívio entre educadores e alunos. De acordo com os resultados da pesquisa, 50% dos professores haviam presenciado algum tipo de agressão verbal ou física por parte de alunos contra profissionais da escola. Quase 30 mil declaram terem sofrido ameaças de estudantes.
Mas quando apontamos as relações entre a violência e a Educação, os estudos comumente partem de diferentes perspectivas teóricas que, consequentemente, acabam definindo este fenômeno de modos distintos.
Na sua maioria, fazem análises dessas questões sob uma perspectiva social ou psicológica, entendendo a causa da violência como o resultado do seu próprio entorno ou da vulnerabilidade de certos jovens.
Na busca por entender causas e consequências desta situação, possíveis questões específicas sobre o tema são frequentemente trazidas à tona, como por exemplo:
– Os diferentes tipos de violência (física, verbal, simbólica) e suas manifestações;
– A perda da função socializadora da instituição escolar (os valores da cultura e a ausência de legitimidade do professor);
– As relações entre a violência e a formação dos professores;
– As características das escolas que apresentam os maiores índices de casos;
– As relações entre a violência e o desempenho dos alunos;
– O bullying (com ênfase no perfil das vítimas e dos agressores);
– As relações com o contexto familiar dos alunos.
Embora inegáveis os contextos social e psicológico como causas por trás desses números sobre a violência, existe uma necessidade urgente de buscar alternativas de ação dentro das escolas.
Assim como acontece com nossa sociedade, a escola não está imune à violência social e acaba sendo um espelho dessa realidade.
Mas a violência nas escolas, a medida que põe em risco a ordem, a motivação, a satisfação e as expectativas dos alunos e do corpo docente, tem efeitos graves sobre elas, contribuindo para o insucesso dos propósitos e os objetivos da educação, do ensino e do aprendizado.
A conclusão é que, diante de um ambiente conturbado e vulnerável, a escola perde suas características e funções essenciais de educação, socialização, promoção da cidadania e do desenvolvimento pessoal.
É o que comprovou uma pesquisa para entender os efeitos da violência no desempenho escolar e no cérebro de crianças de 10 a 12 anos, desenvolvida pela PUC do Rio Grande do Sul, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Segundo Augusto Buchweitz, coordenador da pesquisa,os resultados prévios mostraram que crianças expostas a ambientes violentos apresentam um desempenho escolar abaixo da média. O funcionamento do cérebro delas também se mostrou diferente se comparado ao das crianças que vivem num ambiente pacífico.
Seria o currículo escolar o maior recurso de que os gestores dispõem hoje para combater a violência? Nessa batalha, eles precisam estar atentos para o modo como o tema atravessa a sala de aula, a frequência e com que perspectiva é discutido. A problematização das seguintes perguntas vai ajudar os estudantes a entender o assunto e refletir sobre ele.
Além de pensar criticamente, o jovem também deve ter a oportunidade de intervir sobre as manifestações que o afetam. Aí é que entra um segundo aspecto que precisa ser desenvolvido em todas as etapas da escolaridade: a criação de dispositivos de mediação de conflitos ou de ações que estimulem o protagonismo estudantil, a fim de ensinar como gerenciar as diversas situações de forma democrática e justa. São bons exemplos:
Meu filho esta passando por isso por agrecao física por aluno de classe e o corpo docente mente que foi dentro da escola.